BLOG COLUNA BASTIDOR – Uma Moção de Aplausos de autoria da vereadora Maria Elena de Alencar, do União Brasil, trouxe um debate no mínimo estranho na sessão desta quinta, 27, na Câmara de Vereadores de Petrolina . A Moção foi direcionado ao artista renomado e experiente Geraldo Pontes, vencedor do concurso de fantasias do Baile Municipal de Petrolina.
“Geraldo Pontes foi vencedor com a fantasia de luxo com o tema Iemanjá, Rainha do Mar. Uma grande participação desse carnavalesco nato e que esteve presente nas 25 edições do Baile. O prefeito Simão Durando já autorizou conceder o título hors concours a Geraldo Ponte diante de toda essa sua história com as nossas tradições culturais e carnavalescas”, argumentou a autora do requerimento, vereadora Maria Elena.

Só que a bancada evangélica, colocando a questão religiosa à frente do reconhecimento de pessoas que se dedicam a uma carreira em prol da cultura regional, foi orientada através do vereador Diogo Hoffman, União Brasil e líder da bancada governista na Casa, a se abster.
Os vereadores, tanto a autora como os favoráveis a seu requerimento, tacharam de no mínimo estranha a orientação dos evangélicos na Casa Plinio Amorim, com vieis preconceituoso, racista de cunho religioso e homofóbico.

“Não tenho nada contra o artista, mas vou orientar a bancada evangélica a se abster. Essa é uma festa que não frequento por questões religiosa e de ideologia”, justificou Diogo.
Líder da oposição, o vereador Gilmar Santos, PT, fez questão de deixar clara a intenção da negativa dos evangélicos no legislativo de Petrolina.

“O que estamos vendo aqui é uma manifestação de discriminação e nós não não podemos reproduzir aqui qualquer tipo de discriminação, pois isso está na Constituição. Aí eu pergunto aos senhores se para ganhar a eleição os senhores apenas dependessem um um voto de um homem gay, uma pessoa trans, de uma pessoa LGBT, os senhores diriam que não? Com certeza, vocês não rejeitariam”, pontuou Gilmar.
Ao comentar a negativa dos evangélicos ao seu requerimento, Maria Elena frisou que apesar de respeitar a posição dos colegas, estranha, já que a pauta legislativa independe de posições pessoais ideológicas quando o tema é reconhecer quem contribui com a história do município.
“Eu recebo essa orientação dos colegas da bancada evangélica com uma certa estranheza, respeito, mas estranho este comportamento. Eu tenho entendimento que nós somos vereadores de Petrolina, não de religião, das causas que defendemos como no meu caso que defendo a pauta da mulher. Geraldo é um artista renomado, com 50 anos militando nas artes, laureado e que sempre teve a sabedoria de escolher temas que contam nossa histórias como referenciar à orixá que foi homenageada dentro do respeito às religiões de matriz africana. Nós temos o dever de pautar nesta Casa do não ao preconceito. E me desculpe bancada evangélica, tem sim um pouco o preconceito. Não podemos ser demagogos”, rebateu Maria Elena.
Cinara Marques, da redação
Fotos: Nilzete Brito/Comunicação Câmara de Petrolina divulgação