Diversas entidades ligadas ás políticas de proteção e combate à violência contra a mulher em Pernambuco, enviaram uma nota repudiando os números preocupantes de casos de feminicidio no estado.
Confira:
NOTA DE REPÚDIO E PESAR PELAS MORTES DAS VÍTIMAS DE FEMINICÍDIO EM PERNAMBUCO
É com profunda tristeza e indignação que as Conselheiras do Conselho Estadual de Direitos das Mulheres de Pernambuco CEDIM, que assinam esse documento, vêm a público lamentar as mortes de mulheres em nosso Estado.
Neste momento de pesar, expressamos nossa solidariedade às famílias, amigos e amigas das mulheres assassinadas, vítimas de feminicídio em nosso Estado: Amanda Carolina Pacheco Pereira, Maria Tatiane Serafim da Silva, Keyla Bianca de Souza Barros, Marli Ferreira da Silva, Tatiane Serafim da Silva, Jardilene da Silva Mendes. Sabrina Victória dos Santos Oliveira.
O ano de 2025 apenas começou e já assistimos, estarrecidas, o número alarmante de mortes de mulheres, agravado nesse final de semana. Esses crimes bárbaros não apenas chocam, mas também reforçam a urgência de medidas governamentais mais eficazes no combate à violência contra mulheres e meninas.
A violência contra a mulher em Pernambuco exige, portanto, uma resposta imediata do Governo do Estado, com políticas públicas mais eficientes, prevenção e apoio às vítimas para enfrentar essa mazela estrutural que resulta em mortes de mulheres cis, trans e travestis. A estrutura de enfrentamento à violência contra as mulheres do governo estadual não tem demonstrado a eficácia necessária para o contexto de crueldade dos crimes de feminicídio.
É urgente que o Governo do Estado apresente e implemente mudanças reais nas ações de políticas para assegurar a vida das mulheres e evite suas mortes anunciadas. A sociedade clama por justiça e por eficiência na elaboração de medidas tomadas pela ação do estado no que tange ao direito à segurança das mulheres.
Diante desse quadro de calamidade que apresenta um quadro de extermínio de mulheres e aprofundamento da ação do machismo estrutural que subservientiza e objetifica os corpos femininos, exigimos o anúncio imediato por parte do Governo do Estado de medidas concretas, com conteúdo preventivo e combativo, objetivando a interseccionalidade das ações de políticas públicas que visem coibir, prevenir e punir a violência contra as mulheres cis, trans e travestis.
Reafirmamos o nosso compromisso com a busca pela efetivação dos direitos das mulheres. Toda forma de violência contra a mulher deve ser apurada e punida nas formas da lei.
Pernambuco, Brasil, 16 de abril de 2025.
Assinam essa nota as Conselheiras do Conselho Estadual de Mulheres: Lúcia Maria de Lira e Silva (MTTR-PE – Movimento da Mulher Trabalhadora Rural), Liana Mary Almeida de Araújo (CUT – Central Única dos Trabalhadores), Adriana do Nascimento Silva (FETAPE – Federação dos Trabalhadores Rurais Agricultores e Agricultoras Familiares de Pernambuco), Maria Isabel Tavares (CAM – Centro de Assistência à Mulher), Maria do Socorro de Lacerda Barros Granja (Notório Saber), Maria Daniela de Mendonça Motta (AMOSTRANS – Articulação e Movimento para Travestis e transexuais de Pernambuco), Sheila de Lima Samico (Grupo Mulher Maravilha), Adnilza Maria Rodrigues (UBM – União Brasileira de Mulheres), Maria Bernadete Martins de Azevedo Figueiroa (Notório Saber), Gracilda Pereira (ACASC – Associação Comunitária e Agropecuária do Sítio Coelho), Ana Lúcia Paixão (Associação das Mulheres Guerreiras de Camaragibe), Marta Maria da Silva (Centro da Mulheres de Vitória de Santo Antão – CMV).