Tem brasileiro nesta missão. Todos são ligados à organização Coalizão Flotilha da Liberdade (FFC, na sigla em inglês) — que luta contra o bloqueio de Israel a Gaza
Com BBC News Brasil
O Ministério das Relações Exteriores de Israel afirmou que irá deportar Greta Thunberg, o brasileiro Thiago Ávila e outros ligados à organização Coalizão Flotilha da Liberdade (FFC, na sigla em inglês) — que luta contra o bloqueio de Israel a Gaza.
A pasta informou também que o barco onde eles estavam atracou nesta segunda-feira (9/6) na cidade de Ashdod e as pessoas a bordo, incluindo a ativista sueca, passaram por “exames médicos para garantir que estejam em boas condições de saúde”.
O ministério divulgou nas redes sociais fotos do brasileiro e de Greta Thunberg em Ashdod.
Na noite de segunda-feira, o Ministério das Relações Exteriores do Brasil afirmou na rede social X que Thiago Ávila já chegou ao aeroporto de Tel Aviv, em Israel, e retornará ao Brasil.
O barco partiu da Itália em 1º de junho para conscientizar sobre as condições de fome em Gaza.
Israel defende que seu bloqueio a Gaza é necessário para impedir que armas cheguem aos combatentes do Hamas na região.
Um vídeo compartilhado pela FFC mostrou os ativistas sentados com coletes salva-vidas e as mãos levantadas enquanto as forças israelenses entravam no barco. Os passageiros podiam ser vistos jogando celulares ao mar.
O Ministério das Relações Exteriores de Israel se referiu ao Madleen como um “iate de celebridades para selfies” e compartilhou imagens de soldados distribuindo sanduíches e garrafas de água aos ativistas após a interceptação.
A Coalizão Flotilha da Liberdade afirma que a ajuda é desesperadamente necessária no território palestino e acusa Israel de genocídio — uma alegação que Israel tem negado com frequência.
Mais cedo, a FFC publicou uma foto mostrando pessoas usando coletes salva-vidas sentadas com as mãos levantadas.
Pouco depois, o Ministério das Relações Exteriores de Israel informou que o barco estava “navegando em segurança em direção à costa de Israel”, que os passageiros estavam “ilesos” e que deveriam ser “repatriados para seus países de origem”.
Mais cedo na segunda-feira, o Itamaraty disse em nota que “o governo brasileiro acompanha com atenção” a interceptação da embarcação e “instou” Israel a libertar os ativistas.
“Ao recordar o princípio da liberdade de navegação em águas internacionais, o Brasil insta o governo israelense a libertar os tripulantes detidos”, diz a nota.
No mesmo comunicado, o governo brasileiro defendeu que Israel “remova imediatamente todas as restrições à entrada de ajuda humanitária em território palestino, de acordo com suas obrigações como potência ocupante.”
“As Embaixadas na região estão sob alerta para, caso necessário, prestar a assistência consular cabível, em consonância com a Convenção de Viena sobre Relações Consulares”, conclui a nota do Itamaraty.